É inevitável. Assiste-se a um progresso vertiginoso e a uma disseminação imparável da Inteligência Artificial (IA), nas várias áreas de atividade humana (social, económica e política). Já invadiu a cultura humanística e artística. Naturalmente teria que chegar às escolas e às metodologias de ensino. Está já em curso um programa de digitalização do ensino, que facilitará o acesso a todos os instrumentos da IA - motores de busca de informação, muitas vezes, pouco fiável, Chatbots (GPT, BARD), etc.

Para alguns a IA ameaça o conhecimento, tal como o concebemos até hoje. A rapidez com que a informação fica instantaneamente disponível, não permite uma assimilação crítica e reflexiva, sendo causa da superficialidade e acultura que ameaçam as novas gerações. Para estes é a própria docência que poderá ficar ameaçada.

Para outros esta poderá ser uma oportunidade de progresso como nunca a humanidade viveu.

O que é evidente, é que não podemos adiar a discussão sobre os novos desafios que a IA coloca. Sendo indiscutível os seus benefícios por exemplo, a nível de novas terapêuticas e meios de diagnóstico, é ainda frágil a perceção dos enormes riscos que poderá trazer a nível de manipulação política, de disseminação de informação falsa, de controlo de comportamentos, em suma, os riscos que poderá trazer para uma sociedade verdadeiramente livre, culta e democrática.

É neste contexto, que no próximo mês de julho de 2024, se realizará o IX Encontro Internacional da Casa das Ciências, nas instalações da Universidade de Aveiro, nos dias 8, 9 e 10 de julho de 2024, subordinado ao tema:

O Encontro terá no seu programa diversas palestras e painéis de debate, e ainda uma forte componente orientada para a formação de professores em todas as áreas científicas.

Espera-se que o encontro motive uma forte participação dos docentes, que seja enriquecedor, e que possa ajudar ao esclarecimento das importantes questões que a IA coloca ao ensino, sobretudo, em Portugal.

João Nuno Tavares
Coordenador da Casa das Ciências