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Momento Cultural

Dia 8 de julho de 2024, 19h30

Auditório Renato Araújo (Reitoria da UA)

ECHOES OF THE UNSEEN
Improvisação musical com IA para saxofone tenor e eletrónica ao vivo [c. 10'] Jorge Sousa, Nádia Carvalho

Notas do Programa

Com conceção e interpretação de Jorge Sousa (saxofone tenor) e Nádia Carvalho (eletrónica ao vivo), Echoes of the Unseen desafia o ouvinte a embarcar numa viagem pelos domínios da música improvisada, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA). Com, aproximadamente, 10 minutos, esta obra debruça-se sobre os âmbitos da música improvisada em interseção com a tecnologia de ponta.
A utilização inovadora dos espaços latentes do Variational Autoencoder (VAE) no contexto do timbre, onde se estudam as várias nuances tímbricas do saxofone tenor, serve como base para esta exploração e as pesquisas sobre a explicabilidade destes espaços latentes permitem a utilização de modelos Realtime Audio Variational autoEncoder (RAVE) previamente treinados, incluindo conjuntos de dados como o Musicnet e o VocalSet. Através da manipulação em tempo real destes modelos, a performance propõe uma revisão sobre os limites da improvisação tradicional.
Recorrendo a uma metodologia semelhante à síntese concatenativa, os performers interagem de forma dinâmica com os elementos eletrónicos, criando uma relação simbiótica entre os domínios acústico e digital, um aspeto revelador da expressão artística na era pós-digital contemporânea. O Puredata (PD) é utilizado como plataforma para live-coding; o objeto nn_tilde, desenvolvido pelo IRCAM, assume-se como facilitador da manipulação em tempo real.
Com o intuito de enriquecer a experiência auditiva, criam-se e integram-se visuais em tempo real, por intermédio do software TouchDesigner: estes são gerados com base em ativações dentro do espaço latente, procurando oferecer ao público uma imersão multissensorial no processo criativo.
Echoes of the Unseen sintetiza uma abordagem interdisciplinar, unindo os mundos da performance musical, machine learning e live-coding. Através desta fusão, a performance oferece insights sobre as possibilidades criativas, aparentemente ilimitadas, que emergem na interseção entre a IA e a música improvisada. Trata-se de uma exploração que não se limita, apenas, ao âmbito sonoro, mas que também testemunha a evolução da relação entre a expressão humana e a inovação tecnológica.

Biografia


Nádia Carvalho (1994) começou os seus estudos musicais em 2005, na Academia de Música de Costa Cabral, na classe de saxofone de Gilberto Bernardes. Mais tarde, viria a ter como professores Guilherme Bogas, André Ramos e Francisco Ferreira, com quem acabou o 8.º grau, em 2012. Licenciada em composição pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto (ESMAE/IPP, 2015), estudou com Dimitris Andrikopoulos, Filipe Vieira e Fernando Lapa, entre outros. Como parte desse plano de estudos, frequentou a Royal School of Music em Estocolmo, no âmbito do programa ERASMUS, trabalhando com Pär Lindgren, Bill Brunson, Mattias Sköld e Karin Reiqvnist.
Paralelamente, frequentou o mestrado integrado em Engenharia Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que concluiu em 2020 com uma dissertação em informática musical. Neste momento, frequenta o Programa Doutoral em Media Digitais na FEUP e desenvolve o seu projecto de investigação no Laboratório de Computação Musical e Sonora (SMC) da FEUP/INESC-TEC, sendo bolseira FCT. É também assistente convidada na mesma instituição.
Mantém, ainda, actividade como saxofonista, sendo membro da Banda Filarmónica da Foz do Douro, do Grupo de Jazz da FEUP e da Orquestra Clássica da FEUP com a qual estreou, em 2016, uma obra sua encomendada pela mesma. Colabora frequentemente com a Arte no Tempo, em Aveiro, na realização das bienais Aveiro Síntese e Reencontros de Música Contemporânea desde 2020, tendo já estreado duas obras no projecto Nova Música para Novos Músicos.


Jorge Sousa (1990) é mestre pelo Real Conservatório Superior de Música de Madrid, mestre pela Universidade de Aveiro e licenciado pela ESMAE (distinguido com o “Prémio Rotary Club Porto – Foz/Veloso & Troca, Lda.”), tendo pertencido às classes dos professores Fernando Ramos, Francisco Martínez, Henk van Twillert e Henrique Portovedo.
Laureado no Concurso Nacional de Instrumentos de Sopro "Terras de La Salette", em Oliveira de Azeméis, e no Concorso Internazionale di Musica per Giovani Interpreti "Città di Chieri”, em Turim, Jorge Sousa colaborou, ainda, com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, com o Remix Ensemble, com o Flux Ensemble, com a Orquestra Portuguesa de Saxofones, com o Ensemble Vento do Norte, entre outros. Comprometido com o desenvolvimento e divulgação de novo repertório, Sousa trabalhou na criação musical em conjunto com compositores como Daniel Martinho, Ricardo Matosinhos, Luisina Kippes, Alexandre Almeida, André Ramos, Francisco J. Collado, Luís Mateo Acín e estreou, em Portugal, obras de Jason Buchanan, Ted Moore, António Victorino d’Almeida, Mark Oliveiro e Jacob TV. Por outro lado, esteve envolvido em diferentes projetos interdisciplinares, como o Banda Móvel (produção da companhia Radar 360º), e integrou a produção/organização dos festivais Festival BSP Júnior, SaxoPorto 2013 e GondoSaxFest 2022. Foi membro do júri do VIII Concurso Internacional de Saxofones Vítor Santos, integrado no FISP 2021.
Enquanto docente, instrumento e música de câmara, exerceu funções na Academia de Música de Costa Cabral, no Porto, e na Escola Profissional de Música de Espinho. Apresentou comunicações orais em conferências dedicadas à música contemporânea e à tecnologia musical participando, também, em festivais e congressos dedicados ao saxofone (XIX Gran Canaria 2023, EurSax17, XVIII WSC Zagreb 2018 e FISP 2019).
Músico da BSP e da ARMAB, atualmente frequenta o Programa Doutoral em Música da Universidade de Aveiro com uma investigação centrada na composição multimédia para saxofone sob a perspetiva do performer, desenvolvendo-a com financiamento da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e integrando o INET-md (pólo DeCA-UA). Jorge Sousa é artista Henri SELMER Paris.

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