Conferência de Encerramento
Dia 12 de Julho de 2019, 16h30
Auditório C3 ou Sala 8.2.30
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Quais são os limites da tabela periódica?
Carlos Fiolhais
DHFC/FCTUC

Em 2019, quando se comemoram os 150 anos da Tabela Periódica conhecem-se 118 elementos químicos (o mais pesado o é Z=118, oganésson), quase o dobro
dos que eram conhecidos no tempo de Mendeleev (60). O elemento mais pesado encontrado na natureza é o plutónio (Z=94)
ao passo que o elemento mais pesado que ainda é estável é o chumbo (Z=82). Chamam-se superpesados os elementos com grande número de protões: para alguns são os transurânicos
(com Z maior do que 92) enquanto para outros são aqueles com Z maior do que 100. Sendo em qualquer caso todos eles instáveis, podem ser produzidos em aceleradores nucleares, tendo vidas médias cada vez menores.
A Tabela Periódica termina não por causa da física atómica mas por causa da física nuclear: nos núcleos superpesados a repulsão entre os protões vence a atracção nuclear.
Mas muita discussão tem havido sobre a eventual criação de elementos novos numa ou em mais "ilhas de estabilidade", para além da "península de estabilidade" dos elementos conhecidos.
Previsões apontam para Z = 114, com 184 neutrões, para Z= 126 , com 228 neutrões, e para Z= 164 (com 308 or 318 neutrões). Mas será possível isolá-los?
Vendo bem, na Natureza existem núcleos maiores do que esses: as estrelas de neutrões, que recentemente foram vistos também com ondas gravitacionais. Quer dizer,
a Tabela Periódica não cabe afinal numa folha A4.

Moderador - Paulo Ribeiro Claro - DQ/UA
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