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Apresentação de comunicações

Dia 22 de Julho de 2022, 9h

Auditório Magno

Ana Paula Rocha, Catarina Ferreira, Margarida Quinta e Costa - CIPAF, ESEPF, PORTO

A sustentabilidade é um tema atual e é urgente disseminar comportamentos que protejam o meio ambiente, na população em geral e nos alunos em particular. O conceito da pegada ecológica foi criado pelos cientistas canadenses Mathis Wackernagel e William Rees em 1990 e hoje é internacionalmente reconhecido como uma das formas de medir a utilização, pelo homem, dos recursos naturais do planeta. A pegada ecológica mede-se pela aplicação de uma ferramenta que permite calcular a utilização dos recursos produzidos pela natureza e o respetivo desgaste causado por cada um de nós. Esta metodologia, reconhecida internacionalmente, foi desenvolvida pela Global Footprint Network (https://www.footprintnetwork.org). O objetivo desta intervenção é sensibilizar as crianças para escolhas que diminuam o desvanecimento dos recursos naturais. Neste sentido, desenvolvemos este projeto para uma unidade curricular do Mestrado em Ensino do 1.o Ciclo do Ensino Básico (CEB) e de Matemática e de Ciências Naturais no 2.o CEB com o objetivo de desenvolver um cálculo da pegada ecológica adaptado ao grupo etário do 2.o CEB, mias direcionada ao quotidiano das crianças, e planificar uma intervenção para sensibilização dos alunos. Na nossa opinião as pegadas já existentes são complexas para alunos do 2.o CEB. Decidimos implementá-lo em contexto de Prática de Ensino Supervisionada pois consideramos que uma sensibilização neste grupo etário pareceu-nos fundamental para que tomem consciência do impacto das suas escolhas no planeta.
Na implementação deste projeto, inicialmente, ocorreu uma chuva de ideias sobre a definição de pegada ecológica. Depois os alunos assistiram a uma apresentação onde abordamos: o que é a Pegada Ecológica; as Famílias das Pegadas e a importância de calcular a Pegada Ecológica. Posteriormente, fizeram o cálculo da sua pegada através de um jogo de tabuleiro (Figura 1). Para terminar, os alunos refletiram sobre algumas atitudes do dia-a-dia e foram trabalhadas sugestões, sobre como reduzir o consumo de carne e peixe, evitar desperdícios alimentares, reduzir desperdício de água, evitar comprar sacos de plástico e evitar gastos desnecessários de eletricidade.
Pretendeu-se, com este jogo adaptado ao 2.o CEB, que os alunos fizessem o cálculo individual da sua pegada ecológica. Para tal, construíram-se seis tabuleiros de cartolina acompanhados pelas respetivas questões que se debruçaram sobre três categorias de consumo que correspondem aos gastos quotidianos, dos quais transportes, alimentação e casa. Alguns exemplos são: Quantas vezes comes carne ao longo de tua semana?; Aproximadamente quanto tempo demoras no banho?; Que meio de transporte utilizas ao vir para a escola?; Que quantidade de roupa reutilizas/compras em 2.a mão? Com este jogo exige-se aos alunos que observem o impacto do seu estilo de vida e dos seus colegas, concluindo que, se o esse padrão continuar o planeta terra não suportará tais consumos. Terminado o jogo, são explicados os resultados e elucidadas sugestões de melhoria da mesma, como por exemplo: optar por outros alimentos substitutos à carne e ao peixe; aproveitar a água que não utilizamos, colocando um garrafão perto da banheira para colocar a água fria, depois podemos utilizá-la para descarga ou rega das plantas; verificar que todos os interruptores ficam desligados ao sair de casa. O percurso foi registado num bilhete de entrada com a pontuação do jogo e as respetivas mudanças, na parte de trás do bilhete encontra-se o bilhete de saída onde após um mês foi preenchido e analisado novamente, a fim de perceber se as metas foram alcançadas e se estas atitudes se refletem no resultado individual do jogo.
Verificamos que os alunos não conheciam o conceito de Pegada Ecológica e que não tinham consciência das suas escolhas para a sustentabilidade do planeta, mostrando bastante surpresa ao longo da apresentação de possíveis aproveitamentos de água e procedimentos ligados à sustentabilidade. Nos resultados iniciais a média situou-se nos 23,5 pontos e o desvio padrão nos de 6 pontos, que corresponde à cor amarela, cujo risco já se encontra preocupante. Passado um mês, foi colocado em prática, novamente, o jogo e os resultados desceram para 21,9 no caso da média e o desvio padrão passou a 5 pontos. Estes segundos resultados correspondem à cor verde, mas, é de salientar que estão no limite das capacidades da Terra por isso, estes projetos e sensibilizações terão de continuar a ter lugar na sala de aula pois, foi notória a dedicação dos alunos em mudarem as suas práticas.

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