Dia 20 de Julho, 11h30
Auditório Magno
Miguel Miranda - IPMA (Presidente)
O Físico e Presidente do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) Miguel Miranda apresenta-nos uma perspetiva da evolução do clima nos últimos séculos e também na época mais recente e traça uma perspetiva da evolução futura e das consequências para a nossa sociedade.
A previsão numérica do tempo tornou-se viável a partir de 1950. Dez anos depois era lançado o primeiro satélite meteorológico. Na década de setenta são formadas as duas organizações europeias que reúnem capacidades até então inexistentes na Europa de observação da Terra (EUMETSAT) e de previsão numérica do tempo (ECMWF) que projetaram a Europa para uma posição de liderança mundial. As atividades humanas foram-se progressivamente adaptando à capacidade da previsão meteorológica de ganhar "1 dia por década", quase desafiando os limites da predictabilidade. A imprevisibilidade meteorológica desde sempre considerada como fator limitante da ação humana na Terra parecia assim progressivamente dominada.
Em 1896 publicou Svante Arrhenius no Philosophical Magazine and Journal of Science a demonstração da influência "[...] do acido carbónico no Ar na Temperatura da Superfície", mas tal não impediu a crescente alteração da composição da atmosfera desde a revolução industrial, nem as hesitações na aceitação de que a mudança climática é o resultado das emissões de "gases de efeito de estufa", nem a timidez das respostas que se estão a dar. E a mudança ocorre à frente dos nossos olhos.
O ano de 2022 começa com uma situação de seca generalizada. Resultado da combinação da variabilidade natural do sistema terrestre com a tendência de redução de precipitação visível em todos os modelos numéricos globais que são utilizados para a previsão do clima para as próximas décadas.
No ano em que se evoca o centenário do nascimento do mais importante físico do clima português do século XX cuja investigação se centrou muito no ciclo da água, devemos focar a nossa atenção no clima que por ação ou omissão criámos, e na forma como irá modificar a vida.
Moderador - José Ferreira Gomes - Universidade da Maia
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