Vírus são nanopartículas de tamanho situado entre as dezenas e as centenas de nanómetros. Estas nanopartículas são frequentemente constituídas por uma cápsula integral ou parcialmente proteica e por material genético, DNA ou RNA. Na ausência de células hospedeiras, os vírus podem assemelhar-se a sistemas químicos inertes, uma vez que não conseguem fazer uso da vizinhança para promover transformações químicas necessárias à sua replicação. Quando num meio celular, os vírus são incorporados pelas células e fazem uso da sua maquinaria de síntese proteica, nomeadamente do ribossoma, para traduzir as proteínas codificadas no seu material genético e desta forma replicarem-se. No caso particular do vírus SARS-CoV-2, a tradução do seu RNA pela célula hospedeira resulta na síntese de proteínas estruturais, necessárias para a formação da cápsula de novos vírus, e não estruturais (nsp). As últimas formam complexos proteicos para transcrição e replicação do RNA viral, resultando na aceleração da síntese de proteínas virais pela célula hospedeira e na formação de novos vírus ativos. O RNA viral (filamento em magenta e laranja) liga à enzima RNA-polimerase em forma de “mão” (nsp12). Este assenta na “palma da mão” (superfície em verde) e é abraçado por motivos com forma de “dedos” (hélices em verde). A interação da nsp12 com as proteínas nsp7 (em cor laranja) e nsp8 (em cor vermelha) promove a interação estreita do RNA com os “dedos” da proteína nsp12 (esferas de tons de laranja e vermelho, respetivamente), resultando num complexo ativo capaz de operar a replicação de RNA. Interferir na formação deste complexo proteico, poderá constituir uma estratégia para combater a disseminação do vírus no organismo.

Esta representação foi criada com o programa de visualização molecular PyMOL 1.8.4 a partir de coordenadas disponibilizadas no Protein Data Bank (ficheiro PDB 7BV2), e pós-processada com o programa Inkscape 0.92.4.