Da relação interespecífica de parasitismo entre diversas espécies de vespas (parasitas) e carvalhos (hospedeiros) surgem zoocecídias, vulgo galhas, como as presentes na fotografia, cuja morfologia está dependente da espécie de vespas e do órgão da planta onde estas depositam os ovos. A larva e a galha crescem simultaneamente, e, os túneis circulares (na fotografia vêem-se os orifícios à superfície das galhas) evidenciam que as vespas maduras emergiram. Na galha, o parasita recebe nutrientes e fica a salvo de predadores, de agentes patogénicos e de condições climáticas adversas. O crescimento e a manutenção das galhas são acompanhados de alterações morfológicas e fisiológicas na planta, tais como: a redução da taxa fotossintética e da eficiência da condutância estomática; a alteração da distribuição de metabolitos secundários e da composição das emissões voláteis, esta última, destinada a atrair parceiros e a deter inimigos naturais da espécie parasita. As galhas têm: elevado teor de taninos; valor medicinal como anti-inflamatório, anestésico, antipirético, antidiabético, antioxidante, anti-hemorrágico, antibacteriano, antídoto de venenos (contendo alcaloides, cobre, e sais de chumbo), entre outros; usos tradicionais como corante natural e como componente da tinta ferrogálica; usos etnobotânicos como brinquedos e amuletos. O diâmetro das galhas, presentes na fotografia, varia de 0,5 cm a 4,5 cm.

Referências

Askari, S. F., Azadi, A., Jahromi, B. N., Tansaz, M.; Nasiri, A. M., Mohagheghzadeh, A. Badr, P. (2020). A Comprehensive Review about Quercus infectoria G. Olivier Gall. Research Journal of Pharmacognosy (RJP) 7(1), 2020: 67-75. DOI: 10.22127/rjp.2019.184177.1494 

Jiang, Y., Veromann-Jurgenson, L.-L., Ye, J. & Niinemets, U. (2017). Oak gall wasp infections of Quercus robur leaves lead to profound modifications in foliage photosynthetic and volatile emission characteristics. Plant, Cell and Environment, 41: 160-175. DOI: 10.1111/pce.13050