Na foto pode ver-se estruturas bioerosivas provocadas pela rádula de um caracol terrestre em madeira coberta com filme de algas. A rádula é um órgão semelhante a uma língua que existe na cavidade bucal dos caracóis revestida de estruturas com funções equivalentes a pequenos dentes- odontóforos – que se dispõem em fileiras. Os odontóforos que diferem na forma e função determinam a alimentação dos caracóis e são específicos de cada espécie. A rádula move-se para frente e para trás por meio de movimentos rítmicos e coordenados, rasgando e triturando o alimento que vai sendo consumindo. A estrutura da rádula, juntamente com a ação da mandíbula e dos músculos que a controlam, permite aos caracóis processar uma ampla variedade de materiais, desde detritos orgânicos e algas até restos de plantas e pequenos invertebrados. A variabilidade das estruturas permitiu a capacidade de adaptação e êxito evolutivo dos caracóis ao longo do Tempo. A identificação destas estruturas bioerosivas atuais permite interpretar paleoregistos de atividades de gastrópodes em substratos rochosos ou material orgânico fossilizado.